sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A Noção do Belo e do Feio Rio Potengi


Segundo Platão: “A arte pode ser fonte de ilusão e levar ao engano por alimentar as paixões”. Desta forma podemos afirmar que corremos o risco de focarmos apenas no belo e fecharmos os olhos para a realidade diante de nós. Não estamos diante apenas do belo, mas também estamos diante da dura realidade da poluição, descaso, falta de saneamento básico, falta de expectativa de melhor vida para os ribeirinhos. Diva Cunha expressa bem em seu poema a verdade sobre o Estuário do Rio Potengi:

“Espelho da cidade,
Suja, turva
Fio de merda
A escorrer
Melancólico,
Para a boca
Gulosa do mar.
Quem assim te vê,
Não sabe da saudade
Rio-taba
Rio-aldeia
Idéia que a memória te clareia
Em rio
Água?”

Raul Winchester
É evidente que os ribeirinhos convivem com duas realidades bem diferentes, a beleza natural do pôr-do-sol que podemos classificar como sublime e o feio que retrata como no poema acima as mudanças sofridas pelo ecossistema do Rio Potengi ao longo de décadas. Estas duas realidades se interligam com a visão platônica, “Platão que via o universo como dividido em dois mundos, o mundo em ruína e o mundo em forma. O nosso mundo, este mundo sensível que temos diante dos nossos olhos, é o campo da ruína, da morte, da feiúra, da decadência”(SUASSUNA, ariano, 2009, p.44)

Jeronymo Emmanuel
    
Tanto o rio como o mangue recebem o lixo e esgoto sem tratamento de várias partes da cidade, a população sofre diariamente com o mau cheiro vindo do esgoto a céu aberto. Ao mesmo tempo em que todos os dias contemplam diferentes pôr-do-sol de beleza indescritível e que inspiram a alma artística e romântica de muitos dos seus espectadores.

Temos que agir, para mudar a realidade vigente. O que você faz, para então alternar esse fluxo de equifoco com a sociedade.






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